Atendimento:
(17) 3281-1285
PROCEDIMENTOS

Cicatriz
Cicatriz - Procedimentos - Cl�nica Lopes Ferraz - Ol�mpia-SP

Cicatriz
Quando pensamos em cirurgia uma das primeiras, senão a primeira coisa que nos vem em mente são as cicatrizes.

É importante sabermos que fatores influenciam na qualidade dessa cicatriz, para podermos colaborar para uma boa cicatrização e consequentemente obtermos uma cicatriz de boa qualidade. Para melhor entendimento vamos citar alguns dos fatores que prejudicam a cicatrização, podendo comprometer o resultado estético de uma cicatriz:
- Anemia;
- Desnutrição (níveis baixos de albumina, vitaminas e sais minerais);
- Fumo;
- Dor e estresse;
- Estrogênio;
- Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes;
- Idade avançada;
- Infecção;
- Tensão sobre as bordas da cicatriz, entre outros;

Como podemos notar, são inúmeros os possíveis fatores negativos que podem influenciar a cicatrização e cabe ao médico, e paciente, equilibrar da melhor maneira possível os fatores endógenos (próprios do paciente como anemia e diabetes) e controlar (e se possível evitar) os fatores exógenos (externos como infecção e tabagismo) buscando assim uma cicatriz estéticamente aceitável.

Cicatrização das Feridas
Ferida constitui a solução de continuidade, com perda de anatomia normal da pele decorrente de um trauma intencional (cirurgia) ou acidental. A cicatriz é a tentativa biológica para restaurar a integridade da pele do ponto de vista funcional e estético. Ao longo dos séculos, a manipulação das feridas variou com o objetivo de gerar resultados cicatriciais melhores. Podemos identificar quatro fases com medidas terapêuticas peculiares.

Na primeira que evoluiu até primórdios do Cristianismo, o princípio de tratamento era a interferência mínima onde o médico utilizava panos limpos e mel sobre o ferimento. Na fase seguinte, que durou até aproximadamente 1580, os cirurgiões adotaram tratamentos agressivos com metais aquecidos, água e óleo ferventes por acreditarem que a secreção purulenta acelerava a cicatrização. Em 1586, Ambroise Paré retorna ao princípio da interferência mínima sendo aprimorado por técnicas de limpeza minuciosa e aproximação das bordas das feridas. Destacaram-se nessa época Halsted, John Hunter, Lister, Pasteur e outros. Atualmente estamos em uma nova fase onde se pretende interferir na biologia molecular, abordando a síntese das substâncias envolvidas nos fenômenos cicatriciais, e a nível local permanecem os cuidados com limpeza minuciosa, princípios de anti-sepsia, gerando menor índice de lesão de tecidos e infecção.

Do ponto de vista morfológico identificam-se três fases consecutivas, havendo um dinamismo com sobreposição entre elas. Fase Inflamatória: começa no momento da lesão; dura 2 a 3 dias, nessa fase ocorre a contenção do sangramento; coagulação; e limpeza da ferida com diminuição da contaminação e desbridamento de tecidos mortos por células especializadas como os neutófilos, linfócitos, macrófagos e plaquetas.

Fase Proliferativa: começa em torno do terceiro dia e estende-se até a terceira semana, é a fase em que o colágeno; principal componente da cicatriz; é produzido em grandes quantidades, também ocorre a síntese de epitélio e novos vasos sanguíneos.

Fase de Remodelação: fase que persiste por 6meses à um ano ocorre aumentos de produção e da decomposição do colágeno, a resistência da ferida aumenta a medida que esse colágeno se reorganiza ao longo das linhas de tensão, nessa fase ocorre a contração da ferida. Além desses fenômenos também há epitelização. Uma camada simples de células avança a partir das bordas da ferida, depois se estratifica quando a camada inicial estiver concluída.

Tipos de cicatrização (fechamento da ferida):
Primeira intenção= tratamento  inicial por afrontamento dos bordos da ferida.
Segunda intenção= Granulação (colágeno+novos vasos sanguineos) seguida de epitelização.
Terceira intenção= forma combinada das duas primeiras.

Alguns fatores, tanto locais quanto sistêmicos, podem interferir na cicatrização das feridas. Fatores locais: infecção, corpos estranhos, desvascularização, hematoma, edema, tensão da sutura, bordos desvitalizados, espaço morto, pressão sobre o local, insuficiência arterial e venosa, irradiação entre outros.

Fatores sistêmicos: baixos níveis no corpo de vitaminas e proteínas (desnutrição), diabete, quimioterapia, tabagismo, envelhecimento, glicocorticóides entre outros. Lembrar que devemos no tratamento das feridas utilizar técnicas hipo ou minitraumáticas e manipular o mínimo e com a maior delicadeza possível as bordas da ferida e para tanto devemos utilizar pinças e ganchos delicados e fios com agulhas atraumáticas.

Cortei meu rosto e um médico já deu pontos nele. O que posso fazer para que a cicatriz fique bonita?
Infelizmente muito pouca coisa pode ser feita agora. Um fato que deve ficar claro é que a qualidade estética de uma cicatriz está diretamente relacionada à qualidade técnica da sutura (os pontos) realizada. Isso quer dizer que os fatores determinantes para uma boa cicatrização final irão depender principalmente da qualificação do médico que fará o procedimento; quanto mais treinamento e especialização nessa área ele tiver melhor será a qualidade dessa cicatriz e nesse ponto o cirurgião plástico é o profissional médico mais qualificado e treinado.

Assim sendo, o cirurgião plástico utilizará instrumentais cirúrgicos especiais, escolherá os fios de sutura mais adequados e realizará o procedimento da forma mais atraumática possível, o que resultará em uma cicatriz sem tensão para que ocorra uma boa cicatrização. Mas uma vez já realizada a sutura (os pontos) nos resta apenas tomar alguns cuidados básicos como a limpeza do local do ferimento e o uso de antibióticos para evitar infecções, o uso de curativos nos primeiros dias para absorção de secreções da ferida operatória, o uso de fita microporosa para controle da tensão sobre as bordas da ferida e em alguns casos específicos o uso de malha elástica compressiva, corticosteróide e placa ou gel de silicone para prevenção de cicatrizes grosseiras.

Cada ferida operatória deve ser tratada de maneira individualizada levando em conta as características do paciente e suas comorbidades bem como a história de como ocorreu o ferimento, o espaço físico em que ele ocorreu e o agente causador do trauma dentre tantos outros detalhes que determinarão um prognóstico; ou seja; nos darão uma idéia de como será a evolução desse ferimento para que dessa forma possamos antecipar nossas condutas em prol de uma cicatriz final de boa qualidade estética.

Não gosto da minha cicatriz da cesárea. Tem solução pra isso?
Muitas mulheres, após o nascimento de seus filhos através de cirurgia de cesárea, ficam insatisfeitas com o aspecto estético de sua cicatriz presente acima do púbis, seja por esta estar em uma posição muito alta; ficando difícil sua cobertura pelas roupas íntimas, por não ser retilínea, ter seus ramos laterais em posição ou altura diferentes, presença de contratura ou fibrose excessiva ou, até mesmo, alargamento dessa cicatriz, entre outras queixas. Essa cicatriz desgraciosa poderá sim ser melhorada.

Isso pode ser realizado por meio de um procedimento cirúrgico onde a cicatriz antiga é retirada e uma nova sutura da região (para fechamento da pele nessa região) é realizada, sendo essa cirurgia programada e realizada de maneira que a nova cicatriz fique bem posicionada e camuflada. A nova cicatriz deve cicatrizar sem tensão em suas bordas e para tanto devem ser feitas suturas (pontos com fios) específicos na camada profunda da pele (a derme) para sustentação dessa cicatriz e contenção da força das bordas que tendem a se afastar.

Além dessa camada profunda de pontos pode ser realizada também uma sutura interna em uma camada mais superficial da derme (intradérmica) que auxiliará na sustentação dessa cicatriz criando uma situação favorável à uma boa cicatrização. Posteriormente ao procedimento cirúrgico podem ser utilizadas fitas cirúrgicas microporosas  para imobilização dessa cicatriz e tratamentos cosméticos com produtos para hidratação e proteção dessa nova cicatriz, dentre outras medidas. É um procedimento rápido e que traz grande satisfação à paciente.

Tenho uma cicatriz que me incomoda muito. Como faço pra ficar livre dela?
Quando nos machucamos ou somos submetidos a alguma cirurgia na qual todas as camadas da pele são cortadas, esse ferimento irá cicatrizar e durante esse processo ocorrerá a formação de uma cicatriz. Diferentemente de um ferimento superficial no qual ocorre regeneração do tecido ferido e dessa maneira o novo tecido formado é idêntico ao anterior, sem existência de cicatriz, quando sofremos ferimentos mais graves, com comprometimento de todas as camadas da pele o processo de cicatrização resultará em um acúmulo de tecido fibrótico, rico em colágeno, mas com predominância de um subtipo de colágeno diferente do predominante no tecido original e, dessa forma, com propriedades físicas diferentes.

Assim, esse novo tecido cicatricial formado difere do original em cor, textura, elasticidade, resistência. Podemos perceber então, que uma vez presente uma cicatriz,e que para retirá-la teriamos que cortar todas as camadas da pele, isso resultaria em uma nova cicatriz. Então não tem como ficar livre de uma cicatriz? A resposta é não! Mas podemos substituir uma cicatriz estéticamente inaceitável por outra muitas vezes imperceptível, mas ela ainda assim irá existir. Para tanto temos que planejar a posição dessa nova cicatriz, tentando camuflá-la ao máximo e se possível posicioná-la em uma prega natural ou escondê-la próxima a implantação dos cabelos, deve-se também durante o procedimento de retirada da cicatriz e fechamento da pele traumatizar o mínimo possível os  tecidos utilizando materiais específicos; como pinças delicadas e fios de sutura finos, além de pontos especiais de sutura para sustentação dérmica do ferimento para que as camadas superficiais da pele não sofram tensão durante a cicatrização. Todos esses cuidados acima citados e vários outros farão com que a nova cicatriz seja estéticamente muito melhor que a anterior, trazendo satisfação e melhorando a auto-estima do paciente.